Polo: Picada Café
Curso: Licenciatura em Matemática
Atividade:
Blog 3
Componentes
do grupo:
Adilo
Belmiro Metz
Aline
Barbiere
Clair Bieger
Milton Külzer
Valtair Somavila Gretschmann
A GEOMETRIA PRESENTE NA RODA DA
CARROÇA


Em uma
matéria publicada no Jornal do Médio Vale, no dia 13 de agosto de 2013, a
jornalista Clarice Graupe Daronco, após entrevistar o Sr. Harold Schneider, publicou o seguinte:
TIMBÓ – Harold Schneider, 78 anos,
morador da Mulde desde quando nasceu, ele fazia e ainda faz rodas para
carroças. Essa profissão é muito conhecida pelos nossos pais e avôs, pois com
certeza muitos andaram ou viram pessoas andando nas carroças de boi e de
cavalo.
O morador da Mulde conta que aprendeu a
fazer as rodas de carroça vendo apenas o seu avô, August Schneider fazer. “O
meu avô fazia muitas rodas de carroça na época que eu era pequeno e meu pai não
tinha interesse em aprender mas eu gostava de ver ele cortando a madeira,
desenhando o formato e montado as peças todas, sem usar nenhum prego, apenas a
madeira forjada e cortada com os devidos encaixes”, relata Schneider ao lembrar
que quando tinha 20 anos assumiu os serviços antes feitos pelo seu avô,
que dedicava-se a profissão de marceneiro
desde quando chegou na localidade da Mulde.
Schneider conta que seu avô ficou doente e não
podia mais trabalhar com a madeira, então ele resolveu ajudar. “Eu tinha a
lenha e o valor cobrado pelas rodas prontas ajudava na manutenção da
propriedade”, observa ele.
Questionado sobre o número de rodas de carroça
que produziu, Schneider olha para o horizonte e diz com altivez: “Não me lembro
quantas construí, mas lembro que foram muitas pois tive que investir na
aquisição de ferramentas especiais para agilizar o trabalho”, relata ele
mostrando em seu galpão peças como a fita serra, as facas especiais, as lixas,
moldes de peças, entre outros. Ela afirma que somente fazia a parte de madeira
da roda de carroça, o ferro que é encaixado era feito em uma ferraria.
Além do “dom” que recebeu para trabalhar com
madeira, Schneider também foi aprimorando suas técnicas de trabalho. “Para
fazer a roda da carroça não usamos nenhum tipo de prego ou parafuso. Trabalho
com a técnica do malhete, onde a madeira é encaixada ao invés de pregada ou
colado, o que dá uma garantia de durabilidade bem maior a roda”, observa ele.
Schneider também conta que a madeira usada para fazer as peças são as mais
duras, como de canela e aripa.
Hoje, o morador com 78 anos afirma que não faz
mais rodas de carroça como antigamente, apenas realiza consertos e constrói
rodas para enfeite, onde são colocados bicos de luz e arrumados em áreas de
festas ou em ambientes mais rústicos. “Atualmente não se tem muito o que fazer,
pois os agricultores, que também diminuíram na região, na sua maioria não
utilizam-se mais de carroças, pois adquiriram as tobatas”, comenta ele ao
afirmar que a profissão vai morrer com ele, pois como não teve filhos não
propagou a tarefa de fazer rodas de carroça para outras gerações, até porque as
máquinas com seus motores chegaram e tomaram o lugar dos equipamentos mais
braçais(DARONCO, 2013).
O comentário que queremos fazer a
partir desta reportagem do Jornal do Médio Vale que vem de Santa Catarina,
interior do município de Timbó, localidade chamada de Mulde. Colonizada por
imigrantes alemães, podemos constatar isso do próprio sobre nome da família
SCHNEIDER que é comum nessa região, tal
como a nossa cidade de Picada Café e arredores:
Destacamos a
importância que teve a carroça de madeira para o progresso das colônias. Depois
da descida das águas, que foram as vias pelas quais chegaram a esta terra, foi
á carroça (movida por tração animal) o primeiro e único meio de transporte
usado pelos imigrantes para transportar as mudanças, materiais de construção,
mercadorias produzidas, enfim tudo, de um lugar para outro.
E dentro
deste contexto queremos abrir um espaço para fazer uma reflexão sobre cálculos
e conhecimentos matemáticos que as pessoas deviam ter para produzir rodas tão
perfeitas com o uso de tão pouco equipamento e sem muito estudo e conhecimento
na área da geometria.
Observemos
em primeiro lugar a disposição dos raios, tudo combinando dois a dois ao redor
de um cilindro com perfeição nos encaixes sem uso de qualquer prego ou parafuso
como relata o seu Harold.
Além dos
raios podemos destacar outros conhecimentos matemáticos importantes considerando
que a pessoa não teve uma formação específica para a profissão, mas foi um
conhecimento que adquiriu do seu avô. É uma arte que passou de geração em
geração, como era comum acontecer entre os mais antigos.
Aspectos
geométricos a considerar:
A geometria espacial;
O cilindro onde estão encaixados os raios;
Os encaixes, os furos e o espaçamento entre eles;
Dentro do cilindro de madeira, um cone de ferro onde se
encaixa a ponta de eixo;
O arco, a roda com uma leve inclinação para fora;
Os ângulos entre os raios, os quais são todos aproximadamente
iguais;
Podemos
também observar o arco da roda se compõe em partes que encaixadas sobre os
raios formam o arco da roda certinho, sendo cada parte destas, uma parábola,
formando então uma circunferência.
Referências:
DARONCO,
Clarice Graupe; Jornal do médio vale; entrevista
com o Sr. Harold Schneider no dia 13
de ago. de 2013.