Inclusão do aluno surdo no município de Picada Café
A inclusão do surdo na nossa
sociedade é um processo que se arrasta há muito tempo. Desde os primórdios o
surdo se caracteriza pelo seu isolamento, devido ao preconceito que recai sobre
ele; desde então vários segmentos lutaram e lutam para que o surdo seja
reconhecido como ser humano capaz e prestativo para a sociedade.
Desde 1.994, quando a Declaração de
Salamanca decretou que a educação é direito de toda e qualquer criança
independente de sua etnia, classe social ou necessidade especial. Fato esse,
reafirmado com a LDB (Lei de Diretrizes e Bases).
Nossa pesquisa tem como base o
município de Picada Café, cidade sede do Polo Universitário, através da qual
buscamos nossa formação acadêmica
.
Grupo de colegas para a pesquisa
Em entrevista realizada com a
secretária municipal de educação senhora Rosmari Fritz, na qual, constatamos a
existência de um aluno com deficiência auditiva declarada. O município auxilia
o aluno disponibilizando transporte e assistência para que o mesmo possa
estudar numa escola especial em Caxias do Sul.
Parte dos integrantes do grupo, em entrevista com Rosmari
O aluno em questão tem quinze anos de
idade. Sua vida escolar decorreu da seguinte forma: até o terceiro ano do
ensino fundamental freqüentou a escola
do município de Picada Café , onde professores chegaram a fazer curso de Libras
para poder atendê-lo da melhor forma possível como inclusão no ensino regular.
Aprendeu em parte a Língua Brasileira
de Sinais nos anos em que iniciou sua alfabetização na escola com a ajuda de
profissionais específicos.
Mais tarde, por decisão dos pais do
mesmo, decidiram encaminhar seu filho para uma escola especial, onde
acreditaram que este poderia ter melhores rendimentos e relações com pessoas
com as mesmas características. Logo, foi encaminhado a cidade de Novo Hamburgo
para dar continuidade aos seus estudos. Este ano, por uma questão prática foi
transferido para Caxias do Sul, na escola Hellen Keller.
Relato feito pela família à secretária
de educação conta que a mesma já aprendeu a língua de sinais e com isso podem
ter uma melhor comunicação com seu filho.
A deficiência do menino teria surgido
em decorrência de uma meningite, portanto, não é uma deficiência nata. Hoje já
é classificado como surdo oralizado.
No momento não há inclusão de alunos
surdos na rede escolar no município de Picada Café RS, mas se caso isso
acontecer o município providenciará condições necessárias, afirma Rosmari.
Os professores de modo geral não
estão preparados para atender alunos surdos, por isto em caso de necessidades,
a vinda de especialistas se tornará inevitável.
A escola que o menino frequenta em
Caxias do Sul é especial para este tipo de deficiência, atende somente alunos
com tais necessidades. O professor é tradutor e intérprete da Língua de Sinais,
além de possuir apoio de assistente social, psicóloga na sua área de trabalho.
No nosso mundo de mudanças constantes
o professor deve estar preparado para lidar com situações como esta. Acreditamos que é possível acontecer essa
inclusão onde esse ser humano possa exercer seu direito de cidadania, mas é
fundamental uma política educacional de suporte para professor/aluno, uma
adequação curricular, aspectos didáticos e metodológicos, conhecimentos sobre
surdez e sobre a língua de sinais.
Acreditamos que só assim ocorra uma
inclusão satisfatória, onde o ambiente escolar seja prazeroso para o aluno com
deficiência, onde possa desenvolver suas habilidades/competências, vislumbrando
uma melhor qualidade de vida, pessoal e profissional.