sexta-feira, 15 de novembro de 2013

POLO DE PICADA CAFÉ

COMPONENTES DO GRUPO:
Adilo Belmiro Metz
Aline  Fátima Barbiere
Clair Bieger
Milton Külzer
Valtair Somavila Gretschmann

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NA NOSSA REGIÃO


O ensino na nossa região especificamente de colonização alemã começou logo após a chegada dos primeiros imigrantes, aqui por volta de 1844. Na construção de suas aldeias, bem simples e precárias no início prezavam muito pela questão da religiosidade e ensino, mesmo que não houvesse uma estruturação na época.
            As primeiras construções eram as escolas-igreja, onde num mesmo espaço funcionavam as duas coisas.
Os professores que davam aula eram escolhidos pela própria comunidade entre os membros desta, que apresentavam qualidades e condições para poder  ensinar às crianças  cálculos e leitura em língua alemã. Não havia entre eles alguém que soubesse o português. Sabe-se que por relatos de mais idosos, que no início não havia isto de divisão em classe ou séries. Um professor chegava a dar aula para 50 ou mais alunos numa única sala.
            Os alunos, no início, não usavam cadernos, tinham uma lousa de pedra, onde escreviam com um grafite, tipo um lápis, faziam as atividades e depois de corrigidas eram apagadas. Por este fato, tiveram que decorar o conteúdo. Em  algumas escolas chegaram a usar tinteiro e pena de escrever.

Imagem da primeira Escola que surgiu no município de Nova Petrópolis. É um retrato das demais da época.
            É interessante observar que as classes desta eram bi pessoais, quando em outras escolas eram mais compridas para seis alunos ou mais.
            Este sistema de ensino perdurou até o tempo da 2ª guerra mundial, quando foi proibida a língua alemã nas Escolas e o ensino passou a ser público na maioria dos lugares. As construções eram emprestadas ou alugadas para os municípios ou Estado e estes mandavam os professores que ministravam aulas em Língua Portuguesa.  Os colégios particulares tiveram que se adequar as mesmas exigências. Muitos foram desaparecendo aos poucos.

Imagem do mobiliário da sala de aula. Geralmente era sala única, sem mais dependências.
            No início da década de 60 muitas novas escolas foram construídas, as chamadas brizoletas, a maioria dos pequenos povoados aqui na nossa região teve a sua, algumas chegavam a se situar a menos de três quilômetros uma da outra, o objetivo era facilitar o acesso dos alunos à escola, ainda não havia transporte gratuito como hoje.
   A maioria dos professores que davam aula nesta época não tinha formação específica de magistério, Eles tinham o curso Ginasial, Técnico, Científico ou eram Seminaristas.

                              
            Esta imagem é uma remanescente das brizoletas construídas no início dos anos 60 (1962- 1963), nesta época. Detalhe, toda ela é de madeira. Está localizada no interior de Picada Café. Nos anos seguintes foram construídas escolas deste estilo, porém de alvenaria.  Funcionou como Escola até 1995, quando encerrou suas atividades devido ao reduzido número de alunos. Esta era uma Escola Municipal.

            Esta era uma Escola Estadual, um estilo um pouco diferente como a municipal. Funcionou de 1963 até 1971.
            Mais precisamente no final dos anos 90 teve bastante força o processo de nucleação, fazendo desaparecer as pequenas escolas do interior e o crescimento das escolas de núcleo ou de área.
            Iniciou o transporte escolar gratuito e as crianças passaram a ser levadas para as escolas de centros maiores.
            Uma escola referência em Nova Petrópolis é o Colégio Frederico Michaelsen da rede CNEC.
            A história deste Educandário teve início em 1937 com a inauguração do Colégio Evangélico que era a continuação do Colégio Nova Petrópolis fundado em 1929. Tratava-se de uma Escola avançada para completar o ensino dado nas escolinhas comunitárias e na Aula Pública. Recebia alunos de toda região serrana e o sistema de ensino era rígido nos padrões germânicos. Em 1939 um incêndio consumiu  o prédio desta nova Escola.
            Em 1964, a Campanha Nacional das Escolas da Comunidade adquiriu o prédio do antigo Hospital Nova Petrópolis para sediar o Ginásio Frederico Michaelsen. A Escola ganhou Ginásio diurno e noturno, Técnico de Comércio e Científico.



            Funcionou até 1985, quando o prédio foi adquirido pela Prefeitura Municipal de Nova Petrópolis , hoje abriga a Câmara de Vereadores e outros setores administrativos.
            Atualmente o novo Centro Educacional abriga além do Colégio Frederico Michaelsen, também a FACENP (Faculdade Cenecista de Nova Petrópolis.
                O Colégio oferece a interessados ensino particular. Dispõe de educação infantil nos níveis I, II e III, ensino fundamental de primeira a oitava série com a implementação do ensino fundamental dos nove anos, além do ensino médio e técnico profissionalizante em gestão e normal.
            Em sua estrutura oferece um laboratório de informática, laboratório de ciências, auditório, biblioteca, pista de atletismo, além de um pátio onde são desenvolvidas diversas atividades pedagógicas. Como diferencial o local oferece o contra turno.

Colégio Cenecista Frederico Michaelsen

Referências:
Picada Café/Hilda A.Hübner Flores, Moacyr Flores, página 13, ano 1996
Morro Reuter de A a Z, página 65, ano 2003
Revista “Por Exemplo(s)...”Publicação Secretaria de Educação de Morro Reuter. Página 20, ano 2004
História do Colégio Frederico Michaelsen


22 comentários:

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  2. Que bom falamos sobre o mesmo assunto, pois foi o Colégio Frederico o marco da nossa cidade!!
    Muito linda e super interessante a postagem de vcs!

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  3. A história educacional é bem interessante e similar a consolidação das escolas de outros municípios germânicos. A influência dos imigrantes certamente repercutiu na história da cidade.

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  4. Sou de origem alemã, quando meu irmão aos 7 anos iniciou o primário como era chamado naquele tempo, não sabia falar nem uma palavra em português, pois nós só falava-mos alemão, tanto que seu aprendizado foi prejudicado.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. A professora entendia a língua alemã?

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    2. Sim a professora entendia alemão

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    3. Este comentário foi removido pelo autor.

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    4. Conforme sua pesquisa, porquê a língua alemã foi proibida, ocasionalmente, quando aconteceu a 2ª guerra mundial?

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  6. Muito legal a pesquisa de vocês sobre a Escola Frederico Michaelsen, bem completa. Uma das escolas mais antigas de Nova Petrópolis pelo que se sabe. No início em estilo germânico e prezando bastante a religiosidade. Muito bom!

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  7. Percebo que muitas coisas mudaram na educação nos últimos anos, para cada vez mais possuir uma melhor qualidade de ensino. Referente as salas de aula de antigamente, percebo que algumas situações ainda aconteciam há certo tempo, pois quando eu estudava nas séries iniciais, nos anos de 1991 a 1994, éramos 4 séries em uma sala, com uma professora.

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    1. Sabe Milton, eu ia fazer esta mesma colocação, eu estudei em uma escola pequena, com 2 salas de aula,em uma funcionava a direção e cosinha, na outra um mesmo professor dava sua aula a 5 turmas, e ainda fazia nossa merenda, isso era tão gostoso, ele era rigido, mantinha a sala de aula numa calmaria, e quando isso não acontecia e geralmente não acontecia quando ele ia para o quadro, ah o giz voava na direção de quem estava conversando, muitas vezes levei gizada, fui de joelho na frente do quadro, e até tive que me ajoelhar em milho, mas de fato, tudo isso, fazia parte daquela rotina, e aquele professor que até hoje tenho admiração por ele, transmitia direitinho conhecimento pra 5 turmas diferentes, e eu posso dizer que quando terminei a 5ª série, tive que ir em uma escola grande que tinha até a 8ª série, foi taõ estranho para mim. A pouco tempo esta escola que eu fiz os anos iniciais foi fechada, e o sistema continuava o mesmo, posso afirmar que a educação ela não é uniforme em todos os lugares, não que o ensino desta escola era inferior, só quero dizer que era mais precário.

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    2. Não podemos dizer que uma escola tem ensino mais precário que a outra. Na verdade uma recebe mais recursos que a outra.
      Pelo seu relato a diferença estava na rigidez do ensino direcionado a poucos alunos em comparação a escola que tinha 8ª série e recebia uma grande quantidade de alunos...

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  8. Nesta sala multi-seriada como era o trabalho da professora e como era a disposição dos alunos de diferentes séries na sala?

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  9. Sabe professora Mara, para completar os 5 anos iniciais, tive uma professora e um professor, como era um professor para as 5 séries, era por fila, da 1ª série em sequencia até a quinta, e lá o professor Edison dava monitoria a todas as turmas, e como não tinha livros didáticos, passava tudo no quadro, conteudo, exercicios e correção, e ainda fazia a nossa merenda escolar. Professora Mara, hoje eu acho que aquele professor fazia milagre, claro né as turmas eram pequenas , tinham poucas crianças para cada série, mas ele tinha um domínio admirável, usava seus meios né, na semana passadaTassiana, a coordenadora pediu para mim ficar com a turma do 2º ano com alunos, onde a professora tinha médico, PROFESSORA MARA, eu quase pirei, aqueles meninos eram agitados, briguentos, falavam palavrão, gritavam comigo, eu achei aquilo o fim, e me falaram que eles são assim sempre, que a professora é calma, então eu me perguntei isso se isso é ter domínio de turma? Voltei ao passado e lembrei daquele meu professor, que tinha 5 séries para passar o conteudo, e ele não precisava levantar a voz, era só nos olhar. O que mudou? A educação progrediu muito, e isso é bom, mas os valores, a educação das crianças, os direitos das crianças acho que precisam ser revistos, porque os alunos de hoje, sabem seus direitos, e baseado neles, eles se aproveitam, e acontece o que eu vi naquela sala do 2º ano na semana passada.

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    1. Concordo com seu comentário e lhe questiono: Como você percebe a presença ou ausência da família neste contexto?

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    2. Profe, participando do questionamento que fizeste para a Cristiane, penso que os pais de um modo geral estão cada vez mais distantes do contexto escolar, pais que nem sabem o ano que o filho está, mas o que mais me preocupa é a falta de diálogo entre pais e filhos, devido as atribuições do cotidiano, ou simplesmente pelo desinteresse dos pais. Na minha escola é comum vermos pais indo na escola na entrega de resultados já em outros casos pais muito presentes. Para mim os valores que para muitos estão perdidos, a raiz disso é a falta de estrutura familiar que se reflete na sala de aula com alunos sem respeito, como relatou nossa colega. Atuo numa escola há dezoito anos, onde os alunos são de um bairro de Caxias do Sul conhecido por tráfico de drogas e muita violência, quero ressaltar que o papel do professor vai além de dar aula, pois muitas vezes foi necessário parar a aula e comentar o ocorrido e presenciado por eles no bairro e tentar mostrar um outro lado onde drogas, prostituição, assassinatos não permeiam e sim um lado humano de amor, solidariedade e compreensão.

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    3. É verdade Aline. O professor, muitas vezes, precisa trabalhar questões das quais não se está preparado. Bairros que citasse a diferença é gritante, pois, às vezes as crianças não sabem nem quem são seus pais...o que é lamentável. A escola, neste contexto, é um espaço para 'cuidar' dessas crianças...

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  10. Já tenho frequentado escola multi seriada.
    O interessante da ocasião era que poderíamos ver o que as outras séries estavam estudando.
    Enquanto uma parte da turma se comprometia a fazer o proposto pela professora a outra parte e série da turma escutava o que a professora esta explicando na outra metade da lousa.
    Quanto a esta pesquisa feita na escola de Nova Petrópolis nos remete as raízes da educação logo após o regime militar e um de período pós repressão política social mas de grande importância para a realidade social da atualidade.

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    1. Eu dei aula para classe multi-seriada durante 25 anos, sozinho numa escola além dos demais afazeres. Era outra história, os alunos eram outros, as famílias estavam presentes, o que a gente falava era lei. O detalhe era, que tinha que manter postura, pulso firme, como se diz na giria, esta coisa de jogar giz nos alunos ou correr atrás com a vassoura, nada disto, assim o professor perde a autoridade, a palavra deve valer. Hoje eu vejo os alunos chegando na escola e tem um comportamento que que é o espelho da família, brigas entre casais, pais separados, ou não estão nem aí, três quatro tipos de filhos vivendo sob o mesmo teto, então, os filhos vão se espelhar em quem? Sobra para os professores. A escola também deveria ser mais reservada, falta mais união entre os professores, onde muitos falam, muitos opinam é complicado.

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  11. Percebo que ao longo do tempo a centralização dos alunos em escolas polo tirou um pouco da participação da comunidade escolar. As escolas que existiam nas localidades possibilitavam um maior contato da família com a escola, o que é essencial, em minha opinião.

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