domingo, 17 de novembro de 2013

Colégio Cenecista Frederico Michaelsen -
Colégio fundado durante período do Império (1822 - 1889)

Origem do nome: Homenagem ao primeiro Professor Público de Nova Petrópolis.
A Colônia Provincial de Nova Petrópolis, fundada em 1858, atravessou períodos de grandes privações nas primeiras décadas da colonização. O ensino público era inexistente e os próprios imigrantes viram-se obrigados a tomar iniciativas comunitárias na solução do problema. A tradição das escolas comunitárias, em Nova Petrópolis, remonta àqueles tempos pioneiros.
Foi assim que desde o segundo semestre 1960, duas turmas de alunos iniciaram um curso de admissão em turno noturno, visando a 1ª série do futuro curso ginasial.
No ano de 1961, conseguiu-se autorização de funcionamento do MEC e o Ginásio Noturno Frederico Michaelsen iniciou suas atividades, em duas turmas de alunos, ocupando o espaço do Grupo Escolar Padre Werner, no turno da noite. Naquele ano, outra turma foi admitida através do exame de Admissão podendo o Ginásio iniciar o ano de 1962 com mais uma turma de estudantes. Naquele ano, a CNEC local entrou em crise, pois os recursos para o pagamento dos salários do magistério eram insuficientes. Os alunos não contribuíam e os associados foram induzidos a suspender as suas contribuições, pois o Governador Leonel Brizola decretou a criação de um ginásio estadual para o mesmo local e turno!
Em 1963 o Setor Local manifestava preocupações relativas a uma sede própria para garantir a sobrevivência da escola. Foram estudadas várias alternativas. Em 1964, a “Revolução Democrática” manteve a composição do Conselho Estadual e as simpatias oficiais pelo posicionamento não estatizante do Ensino, acenaram com grandes possibilidades de desenvolvimento para o Ensino Comunitário em Nova Petrópolis.
Em junho de 1964, surgiu a possibilidade inédita da compra de um prédio amplo em terreno de 60 x 60 metros, antigo Hotel situado no centro de Nova Petrópolis. Uma proposta de prazo de cinco anos para o pagamento foi levada ao Conselho Estadual. Com apoio decidido do próprio Fundador da CNEC, Professor Felipe Thiago Gomes, a compra foi efetuada ainda em junho! Durante o mês de julho, com o auxílio de professores, alunos e trabalhadores da Prefeitura, o prédio foi adaptado às novas funções e, em agosto daquele ano, as aulas iniciaram no prédio próprio! Foi um período de glória para toda a comunidade local!

Colégio Frederico
No final do mesmo ano formava-se a primeira turma do Ginásio Frederico Michaelsen.
No ano de 1965, a CNEC já se encontrava apta para oferecer um curso secundário aos alunos: “o Curso Técnico de Comércio”, implantado em tempo recorde e atualizado pelo MEC ainda em março daquele ano. Ao mesmo tempo, iniciava-se o curso ginasial diurno, no turno da manhã.
A preocupação por uma formação profissional imediata para os jovens, fez com que fossem iniciados cursos extra-curriculares: eletrônica, corte e costura, economia doméstica e encadernação. Ainda em 1965, surgiu a idéia da criação de um Centro Educacional, em terreno amplo, que oferecia todos os cursos necessários à região, recebendo inclusive alunos em regime de internato.
Um contato importante com a entidade assistencial alemã “Meséreor” abriu a possibilidade de financiamento da iniciativa. Caberia à comunidade a compra de uma área adequada e elaboração dos projetos.
Num verdadeiro mutirão, envolvendo a Prefeitura Municipal e a venda de títulos comunitários, conseguiu-se adquirir uma área belíssima com aproximadamente seis hectares! Um auto-projeto arquitetônico foi elaborado e, em 1966, com a presença do Governador Ildo Meneghetti a pedra fundamental lançada.
Enquanto isso, desenvolvia-se a criação de novos cursos: Ginasial em três turnos, Contabilidade, Administração e Secretariado. O planejamento de cursos especiais para o Centro Educacional também avançou. Causou ótima impressão ao Ministro Tarso Dutra, da Educação e Cultura, o “Curso de Agricultura, Urbanização e Técnica de Estradas” visando à formação de técnicos de nível médio para os novos municípios que surgiam de ano para ano.
As tratativas com a Entidade Alemã estavam em bom andamento quando houve um escândalo no Nordeste do Brasil. Recursos daquela Entidade foram desviados, caindo nas mãos de fazendeiros. Imediatamente foram cancelados todos os projetos para o Brasil, inclusive o nosso Centro Educacional!
Obviamente, foi um impacto negativo, mas não conseguiu desanimar a comunidade local. Seriam necessárias reformulações básicas, pois a previsão de recursos caíra drasticamente. O Governo Estadual, no último ano de Peracchi Barcelos, daria um auxílio suficiente para garantir a construção do primeiro pavilhão escolar. Infelizmente, o Governo Triches não continuou o programa do antecessor e bloqueou o auxílio prometido solenemente. Mas a reforma do ensino a ser implantada no Estado, abriu novas possibilidades para a CNEC local.
A Prefeitura instituiu uma Comissão de Estudo composta por representantes da CNEC local, Prefeitura e Associação Educacional de Linha Brasil. A liderança coube ao Setor Local da CNEC que tinha ótimo relacionamento com o Chefe do Planejamento da SEC. Este propôs a elaboração de um plano piloto para o Estado: o “Projeto Nova Petrópolis”. A Secretaria da Educação do Estado usou este projeto em todas as reuniões de reciclagem. Durante um ano, funcionou perfeitamente, dividindo o Município em quatro anos educacionais, em quatro Escolas de Área e as Tributárias de cada região. No ano seguinte, por injunções políticas, o Estado retirou-se do plano, mas a reforma do ensino continuou segundo aquele projeto.
O setor local da CNEC foi contemplado com um pavilhão metálico para instalação das máquinas para ensino técnico metal-mecânico. Algumas máquinas foram adquiridas com auxílio da CNEC nacional e um curso de torneiro mecânico e ferramenteiro foi instalado. Infelizmente faltaram condições para dar continuidade a este programa. Como havia ocorrido a fundação de uma indústria metal-mecânica na cidade, celebrou-se um convênio entre esta indústria e o Setor Local: o pavilhão e as máquinas seriam alugados, a indústria compraria outros equipamentos para completar e se encarregaria do ensino técnico dos alunos encaminhados para ela. Durante alguns anos, o sistema funcionou e muitos jovens conseguiram profissionalizar-se no setor industrial.
Mas as instalações do Colégio já não comportavam a quantidade de alunos que acorriam de ano para ano. A indústria mecânica também construiu seu prédio próprio e o projeto em conjunto não continuou. Decidiu-se vender as máquinas e o pavilhão para iniciar, com estes recursos, o novo prédio do Colégio. Posteriormente, a CEEE adquiriu uma parte da área destinada ao Centro Educacional e o prédio novo pôde continuar. A Prefeitura Municipal adquiriu o antigo prédio, permitindo, assim, concluir sem problemas o novo prédio que foi ocupado em 1985.
Principais marcosColégio Frederico
1960 - Fundação do Setor Local
04/03/61 - Instalação do Curso Ginasial
03/03/65 – Autorização de funcionamento do diurno no Ginásio Frederico Michaelsen.
21/05/65 – Funcionamento condicional do Curso Técnico de Contabilidade.
15/03/68 - Autorização para funcionamento do 2º ciclo, passando o Estabelecimento a denominar-se Colégio Frederico Michaelsen.
12/11/73 – Autorização para o funcionamento das Habilitações Plenas de Assistente de Administração, de Contabilidade e de Secretariado e da parcial de Auxiliar de Escritório.
26/12/73 - Autorização para o funcionamento da 5ª série do 1º Grau.
1978 - Início do funcionamento do Jardim de Infância Níveis A e B.
15/03/79 - Autorização do funcionamento da 1ª a 4ª séries do 1º Grau.
27/09/79 - Denominação de Colégio Frederico Michaelsen para Escola Cenecista de 1º e 2º Graus Frederico Michaelsen.
18/03/82 - Autorização do funcionamento da Habilitação de Magistério.
10/03/86 - Mudança para o novo prédio na Rua 28 de Fevereiro, 100.
19/12/96 - Autorização para o funcionamento do Ensino Supletivo.
11/03/1999 -  Denominação da nova designação da Escola Cenecista de 1º e 2º Graus Frederico Michaelsen para Colégio Cenecista Frederico Michaelsen.
15/01/2003 – Aprovação do Regimento Escolar para o Curso Normal.
14/05/2003 – Oferta de Educação Infantil na faixa etária de 3 anos.
25/04/2007 – Autorização para a oferta do Curso Técnico em Gestão – Área da Gestão.
09/04/2008 – Autorização para a oferta do Curso Técnico em Vendas – Área do Comércio e Curso Técnico em Informática - Área da Informática.



E hoje, o Colégio Cenecista Frederico Michaelsen conta com Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Curso administrativo.

Oferece também espaço de Ensino Superior no turno da noite.

Referências :



13 comentários:

  1. Colegas,
    Achei muito interessante a pesquisa de vocês,Percebe-se que há muito que falar sobre a história da educação. Todas as escolas desta região tem uma característica em comum. Tiveram início com as "Gemeindeschule" Escolas da Comunidade, cujas construções também serviam de igreja. Isto demonstra a preocupação dos imigrantes com o saber e religiosidade.

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    1. Percebe-se também que as famílias participavam de tudo o que dizia respeito à escola, no registro que encontramos havia várias páginas com os nomes dos colaboradores. Outra coisa que me chamou a atenção é a forma como os diretores(as) se dirigiam aos colegas de trabalho, escrevendo memorandos, cartões de agradecimentos e informativos para qualquer acontecimento....todos eram muito bem informados com o devido respeito e consideração.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. As escolas da comunidade trouxeram a identidade evangélico-luterana juntamente a instrução dos bons valores, da disciplina visando, assim, um bom ensino. Neste sentido, percebe-se o quanto a comunidade esteve engajada para a consolidação da estrutura física escola e a conquista de cursos visando o saber da comunidade.

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  4. Cristiane, Egly, Michele, Paulo

    Como vocês percebem o engajamento da comunidade, atualmente, na luta de um bom ensino?

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    1. Como é uma escola hoje particular, vejo que os pais e a comunidade cobram bastante dos professores na questão de conhecimentos para os alunos. A escola é bem vista e sempre teve os melhores resultados. (acredito que seja pelas cobranças da comunidade)

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  5. Professora Mara,
    Vou comentar o já presenciei em uma escola perto de minha casa, a comunidade participa de mutirões para manter a estrutura física da escola em dia, os pais, professores, funcionários e até alunos ajudam na limpeza, podas, pintura e pequenos reparos, já que nossos impostos devem estar sendo investidos em outra coisa diferente de educação, um exemplo poderia ser o bolso de nossos governantes, mas penso que é desta maneira que a comunidade colabora para um bom ensino para seus filhos. Noto que a escola organiza eventos, brechós e rifas para arrecadarem dinheiro para obras e investirem na escola. Acredito que sem essa participação conjunta entre comunidade e escola, muita coisa estaria parada ou em péssimo estado.
    Outra conquista que essa escola conseguiu é que ela não tinha ensino médio, mas a partir do próximo ano vai ter o 1° ano do ensino médio, não sei de quem foi está reivindicação, já que quando uma coisa dessas é solicitada demora anos pra acontecer, mas é uma ótima noticia, tanto para os futuros professores quanto para a comunidade, já que muitos alunos poderão continuar na mesma escola, evitando mudar para outra mais distante.

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  6. Tem muito mesmo que se falar sobre a História da Educação. É muito interessante saber um pouco da história das escolas do nosso município.
    E saber também que a comunidade, os pais, alunos, professores e funcionários de algumas escolas se empenham para participar, ajudar na estrutura da escola. Essa mesma escola que meu colega Paulo citou, eu também já presenciei muitas coisas, a comunidade é muito unida sempre que precisa estão lá ajudando, isso é muito bom poder contar com a participação de todos para a melhoria da escola e para melhorar o ensino de seus filhos. Essa ajuda voluntária da comunidade é muito importante. A partir do ano de 2014 terá o tão sonhado 1° ano do ensino médio nessa escola, isso vai facilitar muito para alguns alunos que não gostariam de sair, vão poder ficar. Uma conquista maravilhosa para o próximo ano.

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  7. Professora Mara, eu acho que ainda tem pouca participação da comunidade escolar, eu vou dar um depoimento agora como mãe, pois tenho um filho em uma escola municipal no municipio de Dois Irmãos, e há 5 anos ele frequenta aquela escola, existe muitos projetos que dão abertura para os pais participarem, temos a oportunidade de ir a biblioteca com nossos filhos retirar livros, e ler com eles, outra oferta são Escola aberta que oferta aulas de informática, teatro, ginastica, tudo que a familia tambem pode participar, e eu vejo por mim, que em anos anteriores não dava muito valor para essas riquezas que eram ofertadas em familias, e depois que eu comecei a participar, eu fui me entrosando e gostei disso. Tambem ouvi depoimentos parecidos de outras mães, que hoje veen a diferença que esse engajamento proporciona na educação de nossos filhos, e é tão importante para eles, perceber que estamos presentes no ambiente deles, como por exemplo participar nas festas juninas vendendo pipocas, doces, e até mesmo ajudando as mere a organizar tudo depois das festas, isso só fortalece o vínculo da escola com a família, e podes crer da um orgulho danado pros filhos.

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  8. Gostei da participação produtiva do grupo!

    O sistema brasileiro tem deficiências, entretanto, as políticas educacionais tem auxiliado na superação da falta de investimentos e valorização profissional docente. Uma das possibilidades vislumbradas nas políticas educacionais é o estímulo à participação da comunidade escolar.

    Neste contexto, a referida escola tem como herança a preocupação da comunidade escolar em um bom ensino. As diferentes formas de participação, de certa forma, melhoram a qualidade da educação desta escola. A presença dos pais neste espaço contribui no processo ensino-aprendizagem de maneira participativa e democrática.

    Os pais, atualmente, tem a oportunidade de conhecer e a intervir nas decisões e no funcionamento da escola. A criação da escola de 2º grau foi considerada uma das conquistas da comunidade. Neste cenário, existe a participação ativa da comunidade escolar em alguns processos decisórios ou ela apenas auxilia na melhoria da estrutura física?


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  9. Olá Professora!
    Pelo que sei está conquista foi um conjunto de solicitações dos moradores e da instituição de um longo tempo, mas longo mesmo, pois o bairro está aumentando e facilitará a vida de todos, tanto para a comunidade que seus filhos não precisaram sair desta escola quanto para a escola que tendo 2° grau será muito mais bem vista e sem falar que precisaram de mais professores, ou seja é uma conquista para todo mundo.

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  10. Saudades da minha escola. Estudei nesta escola do Jardim de Infância até o Ensino Médio. A escola foi uma conquista da comunidade e formou muitos daqueles que fazem e fizeram um município melhor. Sua participação na comunidade é efetiva, bem como a da comunidade escolar na vida dos alunos e da escola. Boas lembranças.

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  11. Não tenho boas lembranças da escola que estudei até a 8º serie, uma escola que era visível a posição social, onde os filhos dos que tinham uma melhor vida eram ajudados pelos professores enquanto os demais se faziam alguma pergunta os professores sempre davam uma desculpa para não explicar, isso prejudicou muitos alunos, quando cheguei no ensino médio, consegui ver a diferença de colégio, onde os professores realmente se preocupavam em ter uma boa relação entre alunos, pais e professores, que desde os primeiros dias de aula no Brasil até hoje sabemos que é o melhor caminho.

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